sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nada que tenha muito sentido

Continuo achando que sintir saudade não pode ser indicado um remédio, nem em comprimido, nem em gotas. Aliás, continuo achando muitas coisas. Mas não esperava algum dia ter medo da saudade; pior, a saudade que ainda terei. Uma coisa tão inevitável, tão incontrolável como essa e que agora temo. Temo ainda tantas outras coisas. Tenho um medo inconsciente. Melhor seria dizer que inconsciente estou eu... do amanhã, do futuro, do destino, do daqui a pouco. Essa insegurança me apavora. Por que isso agora? Talvez eu esteja amadurecendo, preocupada com o futuro, ou talvez não. Talvez não mesmo, já que isso me enfraquece, e essa insegurança, aos poucos, me perde do que realmente sou. Definitivamente não me entendo com a palavra perder. Contudo, dentre tantos medos que me inquietam, o maior deles talvez seja as perdas que futuramente terei. Não a perda das minhas chaves ou das minhas canetas. Perder por completo, perder inteiramente, como a perda que é a morte. Por mais pacífca que ela seja, a dor não é de quem vai, isso de algum jeito, me amedronta. Hoje, sinto uma constante necessidade de demonstrar o que sinto por alguém, pois como já escrevi, tenho medo do daqui a pouco. E um dia, pode sim, ser tarde demais. Me vem a cabeça, de repente, aquela velha frase de vó, "Não deixe pra fazer amanhã, o que você pode fazer hoje", a qual começa ter enorme sentido pra mim. Afinal, sentir saudade não é motivo suficiente pra ter alguém de volta, é? Não devo ser a primeira pessoa que sente esse e tantos outros medos, e com certeza nem a última. Ainda tenho medo de coisas normais, como do escuro, ainda que, ultimamente, ele tenha me confortado. E se você não entender esse texto, não fique chateado, não é nada que tenha muito sentido. Não pra você. Escrevo o que sinto, então, escrevo para mim. Alguns mestres zen sempre dizem que é impossível ver o próprio reflexo em águas movimentadas. Finalmente, sinto que as águas estão se acalmando. Vou nadando com a maré e só tomo cuidado pra ela não me afogar. Hoje aqui, amanhã não se sabe!