quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sem remédio

Não importa a hora, o lugar, ou quantos anos você tem, porque ela sempre vem. E pior, ela não vem uma vez só, igual catapora. Não coça, nem arde. Mas as vezes demora pra ela passar, as vezes não passa. As vezes ela vem por descuido seu, ou pelo tempo mesmo. Pra quem ainda não pegou, se prepara, porque a saudade não é fácil não! E ela chega, sem hora pra ir embora, ela chega. Eu queria mesmo era poder chamar minha mãe e pedir um remédio...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aperte o play.

Fechei o livro – no começo da semana - ainda com meus pensamentos na história, crianças sem família, sem lar, perambulando, nas suas malandragens, pelas ruas da Bahia . Tive a infeliz sensação de estar dentro do livro. É, infeliz mesmo. Como se eu fosse apenas uma personagem figurante, a qual nada poderia fazer para mudar a vida daquelas crianças... não daquelas. Andei pensando aqui com meus botões, eu sempre achei que precisasse de mais, muito mais pra viver, pra ser feliz. Aliás, a gente sempre acha isso. Mas percebi que por todo esse tempo estive errada. Eu só precisei reparar em como, apenas com um sorriso (não dos mais bonitos que já dei), refletiu em tantos outros, fazendo aquela tarde de domingo tão viva, tão feliz. É, tão feliz! Não mudei a vida de ninguém, porque sorrir e passar algumas horas ali, num abrigo de crianças tiradas dos pais por maus tratos, foi muito pouco. E mesmo sendo extremamente pouco brincar de “mamãe e filhinha” e apostar corrida, uma tarde fizemos a diferença. Mesmo sem tirar a carência daqueles catatais ou muito menos apagar as histórias sofridas e cenas tristes que cada um deles carrega consigo, fizemos a diferença. São crianças, como eu fui um dia, como aquelas do livro, que perambulam pelas ruas da Bahia. Precisam de carinho, bom lar e família estruturada. E foi apenas a tarde de algumas crianças, mas eu apertei o play, e não quero parar com isso. Preciso de mais sorrisos para minha nova coleção.