terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aperte o play.

Fechei o livro – no começo da semana - ainda com meus pensamentos na história, crianças sem família, sem lar, perambulando, nas suas malandragens, pelas ruas da Bahia . Tive a infeliz sensação de estar dentro do livro. É, infeliz mesmo. Como se eu fosse apenas uma personagem figurante, a qual nada poderia fazer para mudar a vida daquelas crianças... não daquelas. Andei pensando aqui com meus botões, eu sempre achei que precisasse de mais, muito mais pra viver, pra ser feliz. Aliás, a gente sempre acha isso. Mas percebi que por todo esse tempo estive errada. Eu só precisei reparar em como, apenas com um sorriso (não dos mais bonitos que já dei), refletiu em tantos outros, fazendo aquela tarde de domingo tão viva, tão feliz. É, tão feliz! Não mudei a vida de ninguém, porque sorrir e passar algumas horas ali, num abrigo de crianças tiradas dos pais por maus tratos, foi muito pouco. E mesmo sendo extremamente pouco brincar de “mamãe e filhinha” e apostar corrida, uma tarde fizemos a diferença. Mesmo sem tirar a carência daqueles catatais ou muito menos apagar as histórias sofridas e cenas tristes que cada um deles carrega consigo, fizemos a diferença. São crianças, como eu fui um dia, como aquelas do livro, que perambulam pelas ruas da Bahia. Precisam de carinho, bom lar e família estruturada. E foi apenas a tarde de algumas crianças, mas eu apertei o play, e não quero parar com isso. Preciso de mais sorrisos para minha nova coleção.

5 comentários:

Unknown disse...

Que lindo.
Gostei.

Unknown disse...

Gostei,que bom pensar e agir em algo que seja util a comunidade.
bjs

Daniel Martins disse...

Nii...seu texto é exatamento o que nos sentimos..." é pouco, e esse PLAY nao vai ser pausado ou parado jamais"
Parabéns pelo texto
BJoo

Malu Azzoni disse...

Às vezes nos sentimos tão inúteis nesse mundo mas, de repente, percebemos que uma atitude simples pode fazer a maior diferença. Dá uma baita esperança, né?
Muito lindo, Ni. Beijões :*

Geraldo Neto disse...

Niii... Aí é que mora toda a diferença. Pode parecer que não faz diferença nenhuma, mas você pode ter certeza de uma coisa: ali fez a diferença. Basta um ato de amor para que todo o ódio seja derrubado. Basta acreditar. Foi assim que Deus fez conosco. É assim que Ele faz, e nos pede para imitá-lo. A tua percepção foi incrível. Seu texto, perfeito, parabéns! Que nós possamos sempre acreditar que é possível - com gestos simples e sinceros - tornar este mundo diferente!