sábado, 18 de setembro de 2010

Piuí!

- Estamos chegando?
- Não.
- Onde estamos? Falta muito?
- Estamos em alguma estação, não sei ainda em qual temos que descer...
(Porta dianteira do segundo vagão abre, descem ali algumas pessoas, mas outras ainda permanecem - como aquelas duas do diálogo – e “Piuiiií”, mas uma estação vai ficando para trás.)

Sabe, é assim que a vida funciona: como um trem. A todo tempo, um passageiro da lugar a outro, e não importa se os vagões estão cheios ou vazios, o trem não para, nunca. Tem gente que entra na primeira estação e vai vendo os vagões enchendo.. Tem gente que fica nos primeiros assentos. Mas tem gente que sobe, e nem senta, seja porque está cheio ou porque sabem que vão descer logo. Tem aqueles passageiros que só "esquetam o banco" e outros que alegram a viagem, mesmo que apenas por certo tempo, até que chegue a sua estação destino. Tem ainda, aqueles que ficam em pé um bom período da viagem, mas são persistentes, e desejam estar nos primeiros bancos; estes atingem seus objetivos, pois possuem o dom da paciência. Tem aqueles do fundão, que não deixam de ser importantes por estarem mais para trás. Com o passar do tempo, nota-se que alguns mudam de assento, outros descem, e outros não, outras voltam a subir, outras não, e assim vai, conforme as necessidades. É permanente a troca de passageiros a cada estação, e isso de alguma maneira, acaba comigo. Mas como já disse Gregório Mattos em uma de suas poesias "A firmeza somente na inconstância"; de passageiros, de velocidade, de aventuras, de lugares, de amores. E o que me alegra ao observar as pessoas que devagarzinho alí vão ficando, além de saber que outras embarcarão, é perceber que se diferenciaram dos outros passageiros, e deixaram lembranças, que guardarei até o fim da viagem. Piuí! Lá vai a velocidade aumentando, aumentando, até que se mantém uniforme... ou não (mas pulemos essa parte de velocidade, porque física é meu trauma). Enfim, você tem que torcer para não embarcar no trem errado, porque tem maquinista que anda por trilhos bambos, o que não garante que você chegue ao ponto final. Porém, seja o maquinista dos trilhos certos ou errados, estes não tem o poder de decidir quem sobe ou quem desce. Acho que meu trem anda pelos trilhos certos, mesmo tendo a sensação de que falta um passageiro nele ou de sempre querer decidir quem permanece ou desce dele. Mas como eu já disse, nenhum trem para, não antes do ponto final.Piuí!

8 comentários:

Geraldo Neto disse...

Aeee Nii! Parabéns pelo texto. Como sempre com conteúdo, coisas que acrescentam na vida da gente!

Bjus!

Daniel Martins disse...

muito bom o texto... como sempre demais !

Daniella Ockner disse...

Simplesmente amei esse texto, amei tanta criatividade em palavras, amei seu comentário no meu blog (: Gostaria de agradecer por ele, mas acho que entre nós é você que merece elogios (: Gostei muito da forma como voce escreve e acho que é sim um talento a se desenvolver, não esquece , haha ! um beeeijo , estou seguindo *-*

Leticía Gomes disse...

nicoleeeee. acabo de ler uma metáfora gigantesca!

aint, adorei. grogório mattos falou uma coisa que muita gente descobre só depois de muito tempo.
e eu tenho certeza de que você está no "trem" certo. vai por mim, nunca vai parar de acelerar :)

Augusto M. disse...

Ooooii!
Noossa niih, mto 10 o blog!
Bonito e mto bem feito
Gostei mto dos textos
Paarabéens!

Ahh, soh pra consta, eah o augusto tah xD

Bjoos

Caio disse...

Amei o texto, comparaçao muito bem feita, mas acho que o maquinista merecia atenção especial, apesar de nao controlar a direçao é ele que decide a velocidade que o trem segue adiante!

Unknown disse...

Ai Nii. Cade o post de outubro.
MAnda outro ai. Nos deleite com mais um texto.

Jerusa Toledo disse...

Nicole querida, estou em falta com você! Li o seu texto no ano passado, mas não deixei um comentário. Antes tarde do que nunca! Realmente este texto faz uma intertextualidade com aquela mensagem sobre A VIAGEM DE TREM...
Como você escreve bem! Estou orgulhosa!!! Além de linda, é sensível e inteligente!

Beijos de alma!

Jerusa Toledo